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IIPE apresenta uma sistematização das principais respostas educacionais no contexto da pandemia na América Latina
Em um encontro virtual que contou com a presença da ministra da Educação da Costa Rica, Giselle Cruz Maduro, o Instituto apresentou um panorama das iniciativas implementadas pelos países da região para amenizar os efeitos da pandemia da COVID-19.
Encontro virtual entre o IIPE UNESCO e o CSE da Costa Rica

Representantes do Escritório para a América Latina do Instituto Internacional de Planejamento Educacional (IIPE) da UNESCO se reuniram com o Conselho Superior de Educação (CSE) da Costa Rica para apresentar a seus membros uma análise das respostas implementadas pelos sistemas educacionais da América Latina no contexto da crise sanitária da COVID-19 e os cenários futuros pós-pandêmicos para a educação.

Durante o encontro, o diretor do Escritório do IIPE para a América Latina, Pablo Cevallos Estarellas, juntamente com o coordenador e a subcoordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do escritório, apresentaram aos membros do CSE um monitoramento sobre as diversas iniciativas implementadas pelos países e as lições aprendidas desde quando a pandemia se instalou na região. O IIPE vem desenvolvendo este trabalho desde março de 2020. Este conjunto complexo e dinâmico de estratégias é compilado em um documento de atualização semanal e acesso gratuito no site do IIPE: a Sistematização de respostas dos sistemas educacionais latino-americanos à crise da COVID-19.

De acordo com a apresentação do Instituto, as estratégias aplicadas pelos países da região correspondem a três momentos distintos. Um primeiro momento contempla o esforço inicial dos países para sustentar a continuidade das aprendizagens. Nesse sentido, alguns países reformularam ou ampliaram plataformas educacionais virtuais ou conteúdos para rádio e televisão, enquanto outros tiveram que criar novas iniciativas desse tipo. Houve também uma diversificação e ampliação dos recursos digitais e repositórios com conteúdo educacional, bem como alianças com o setor privado para garantir a oferta educacional e medidas para adaptar e fortalecer os programas de alimentação escolar existentes.

Em um segundo momento, foram desenvolvidas estratégias pedagógicas mais integrais e inclusivas. À medida que a pandemia avançava no continente e o período de isolamento social se estendia, os países da região responderam com medidas adicionais destinadas especialmente às populações vulneradas. Para isso, foram entregues guias ou apostilas, livros didáticos e outros materiais às populações sem acesso a meios digitais, bem como equipamentos de informática às populações rurais ou em situação de vulnerabilidade. Uma parte desses recursos e materiais inclusivos foram oferecidos em línguas indígenas e adaptados para estudantes com deficiência. Para dar suporte ao processo pedagógico, foram gerados ajustes curriculares e de avaliação. Vale destacar também as medidas de apoio psicossocial e bem-estar físico e emocional voltadas para a comunidade educacional em seu conjunto.

Por fim, em um terceiro momento até o presente, o foco mudou para o planejamento da reabertura das escolas. Foram estabelecidos sete pontos-chave para o retorno seguro e efetivo às aulas presenciais: segurança sanitária, modelo gradativo e alternado, assistência voluntária, grupos prioritários, readequação de infraestrutura, ajuste das diretrizes curriculares e a passagem para escolas de gestão estatal. O IIPE Buenos Aires recomenda que os sete pontos sejam considerados em cada estratégia de transição, para mitigar os efeitos produzidos pela crise e continuar trabalhando por uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade.

O encontro entre o IIPE Buenos Aires e o CSE também incluiu uma reflexão final sobre as tendências dos sistemas educacionais da região no futuro pós-pandemia, que se encerrou com um diálogo entre os participantes. Discutiu-se a possibilidade de sustentar e fortalecer as estratégias atuais implementadas no contexto da crise e resgatar as aprendizagens que emergiram dessa experiência.

Além disso, um debate levantou a questão sobre qual das novas dinâmicas de gestão e uso dos sistemas educacionais veio para ficar. Alguns temas abordados foram as alianças com o setor privado e a sociedade civil, a visibilidade de novos atores, o lugar da escola, os ajustes curriculares e o lugar do público. Os participantes concluíram que, embora esta crise possa ser considerada uma oportunidade, é necessária uma decisão e ação política para materializar um novo cenário educacional na pós-pandemia.

Além da ministra da Educação e presidenta do Conselho, Giselle Cruz Maduro, participaram do encontro os ex-ministros da Educação Leonardo Garnier e Manuel Antonio Bolaños Salas, a representante da Universidade da Costa Rica, Helvetia Cárdenas Leitón, os representantes da educação primária Betania Seas Molina e Manuel Calderón Esquivel, os representantes de educação secundária Carlos Eduardo Torres Soto e Daniel Vargas Rodríguez, as representantes das organizações de educadores Gilda Montero Sánchez e Georgina Jara Lemaire, e a secretária geral do CSE, Irene Salazar Carvajal.

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