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A sala de discussão, intitulada "Adolescência e educação secundária rural: construindo agenda para a América Latina", foi realizada no dia 23 de agosto e contou com a presença de especialistas de nove países da região: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, Honduras, México, Peru e Uruguai.
O encontro foi conduzido por Juan Rigal, moderador do eixo temático "Educação Secundária" da Rede de Especialistas em Política Educacional na América Latina, que foi acompanhado por Fernando Ubal, especialista em Educação e Formação Técnica e Profissional.
Principais conclusões
Atualmente, estudantes de nível secundário que vivem em setores rurais representam uma porcentagem significativa na América Latina. Portanto, a otimização das escolas rurais representa uma oportunidade para a universalização da educação secundária na região, e também um desafio para os estudantes e especialistas que trabalham para superar as desigualdades sociais que limitam o desenvolvimento educacional desse segmento.
“Houve progressos significativos, mas estamos percebendo um teto devido à "urbanização" das instituições rurais. Há uma tendência para tomar o modelo de escola urbana como o único modelo para as escolas secundárias”.
Elías Prudant, Pesquisador e Consultor no Ministério de Educação da Argentina.
A análise do funcionamento da educação rural na América Latina exige uma visão multifatorial, tanto em termos de conteúdo como de estratégias educacionais. Estudos realizados na região revelam diferentes tensões no planejamento da escolaridade rural. O encontro concentrou-se especialmente em três dessas tensões: as dificuldades de ampliar as propostas bem sucedidas; os obstáculos ao financiamento; e a necessidade de evitar ser "constrangido" pela reprodução dos formatos tradicionais das escolas secundárias urbanas e de avançar para propostas que levem em conta as particularidades das zonas rurais.
“Nesses novos cenários, o rural e o urbano têm limites que não são tão claros, onde os adolescentes desempenham um papel muito importante. Se a educação funciona bem, esta é a geração que tem o potencial de quebrar a reprodução geracional da pobreza.”.
Martín Vegas, Coordenador do programa de Secundária Rural “Horizontes” da UNESCO no Peru.
O encontro destacou algumas recorrências e desafios comuns, tais como a melhoria da infraestrutura, das vias de transporte e da formação de docentes especializados em educação rural. Ao mesmo tempo, foi salientado que, para melhorar a qualidade da educação rural, é necessário fortalecer habilidades básicas, como compreensão de textos e a lógica matemática, e trabalhar para reduzir a lacuna de conectividade revelada pela pandemia. Além disso, foi enfatizado que é fundamental contemplar a interculturalidade além do bilinguismo, pensando nas competências sócio-emocionais que preparam as e os estudantes para os desafios de hoje. Isso também significa envolver as comunidades na concepção e implementação de ofertas educacionais relevantes para levar em conta suas expectativas e necessidades.
O estabelecimento de projetos de educação multimodal exige que os governos se envolvam com a liderança das instituições agrícolas e colaborem na formação de docentes especializados. O projeto educacional na América Latina deve ser adaptável à nova ruralidade do século XXI e pensar em novas noções de desenvolvimento, abordando a diversidade como um fenômeno em constante movimento.
Próximos passos
Durante 2022, serão realizadas novas Salas de discussão sobre temas relacionados com a educação secundária, políticas docentes, educação e formação técnica e profissional, uso de dados para planejamento educacional, primeira infância, TIC e educação, entre outros. Convidamos você a escrever para red@iiep.unesco.org e a propor outros tópicos de interesse a serem explorados em conjunto.
Venha conosco, as atividades da RED são construídas entre todos os membros.