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Como orientar o planejamento e as políticas em torno dos modelos de ensino presencial e a distância? Durante o seminário "Políticas educacionais diante do desafio dos modelos híbridos", diferentes especialistas e referências no assunto abordaram essa questão sob diferentes perspectivas. Carina Lion (Universidade de Buenos Aires), Renato Opertti (IBE-UNESCO) e Magdalena Claro (Pontifícia Universidade Católica do Chile) fizeram apresentações.
Em sua exposição, Lion abordou o reconhecimento da matriz histórica desses modelos, destacando a importância de entender a hibridização a partir de uma abordagem cultural latino-americana de múltiplas mestiçagens. Também destacou que os modelos híbridos devem sustentar o desenvolvimento de uma cidadania digital crítica para favorecer a democratização do conhecimento e o acesso universal às tecnologias.
Opertti, por sua vez, destacou a necessidade de imaginar modelos híbridos como uma nova forma de educação que contribua para a construção de futuros mais sustentáveis e democráticos. Também enfatizou a importância de definir prioridades, incluindo melhorias na infraestrutura, marcos regulatórios mais flexíveis, currículos personalizados, formação de professores e colaboração estreita entre escolas e famílias.
Ao encerrar o primeiro segmento do seminário, Claro destacou o potencial duplo dos modelos híbridos, ressaltando sua capacidade de tornar os programas acadêmicos mais flexíveis e personalizados e de reformular o ensino diante dos desafios da sociedade digital. A pesquisadora destacou a relevância da hibridização em contextos complexos, como a oferta educacional limitada em áreas rurais ou o abandono educacional em situações de vulnerabilidade.
A segunda parte do seminário contou com a participação de especialistas e representantes de organizações internacionais ligadas à educação:
Marcelo Pérez Alfaro, especialista líder em Educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou que os modelos híbridos não são simplesmente uma combinação de educação virtual e presencial, mas que fazem parte de uma transformação digital educacional mais ampla, relacionada ao ensino e à gestão.
Tamara Díaz, diretora geral de Educação da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), destacou a importância da colaboração e dos espaços de estudo para promover a flexibilização e a democratização da educação.
Raúl Chacón, diretor do Centro Regional de Intercâmbio de Conhecimento e Inovação para a América Latina e o Caribe (KIX LAC), enfatizou a necessidade de pesquisa, formação de professores e abordagem das desigualdades educacionais, tendo como prioridade os estudantes mais desfavorecidos.
María José Velázquez, especialista em Educação do Escritório Regional do UNICEF para a América Latina e o Caribe, enfatizou que a educação híbrida não é simplesmente uma resposta emergente, mas um mecanismo para enriquecer a experiência educacional de crianças e adolescentes.
Magdalena Brier, diretora geral do ProFuturo, destacou a importância de adaptar o currículo e as competências digitais na região para uma implementação eficaz da tecnologia na educação.
Laura Stipanovic, oficial de projetos do Relatório GEM, argumentou que o uso de tecnologias na educação não deve deixar ninguém para trás, portanto, devem ser apropriadas e baseadas no contexto.
O seminário foi encerrado com uma sessão de perguntas e respostas que explorou questões como elaboração de currículo, formação de professores, conectividade e atenção à diversidade. Essas perguntas ampliaram a conversa, destacando algumas questões críticas para a implementação bem-sucedida de modelos de educação híbrida, especialmente na elaboração de políticas.
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